Apanhado geral
O tampo é o coração do som: ajusta-se para vibrações primárias (modo monopolar e dipolar).
O fundo atua como refletor e ressonador secundário: ajusta-se ligeiramente abaixo ou acima da frequência do tampo para gerar reforço e não cancelamento.
As laterais funcionam como "moldura" estrutural, e sua afinação influencia mais a sustentação e a resistência, mas também podem ter ressonâncias ajustadas.
📏 Notas de referência (prática de luthiers consagrados)
Esses valores variam por estilo, mas para um violão de concert classical (estilo Torres/Hauser) de alta qualidade, é comum trabalhar assim:
Parte Nota fundamental (modo principal) Observações técnicas
Tampo (antes de colar no corpo) Entre F#3 e G3 (aprox. 185–196 Hz) Mais grave dá graves profundos, mais agudo dá resposta rápida. A afinação é feita afinando espessura e largura das varetas do leque.
Fundo (colado na lateral) ½ tom a 1 tom abaixo do tampo (ex.: E3 ~ F3) Evita que tampe e fundo vibrem na mesma frequência, prevenindo cancelamentos.
Laterais Entre C#4 e D4 (aprox. 277–294 Hz) Menos crítica que tampo/fundo, mas laterais muito ressonantes podem “colorir” o som de forma indesejada.
Caixa montada (modo ar principal – Helmholtz) Entre G#2 e A2 (aprox. 103–110 Hz) Ajustado pela altura da caixa, tamanho do bojo e diâmetro da boca.
Prof. Riverson Vale
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🔍 Detalhes importantes
1. Tampo e fundo nunca na mesma nota → se coincidirem, o violão perde projeção por fase inversa.
2. Madeiras diferentes, ajustes diferentes → cedro tende a responder bem um pouco mais grave; abeto (spruce) pode trabalhar afinado um pouco mais alto.
3. Tap tuning é sensorial → além do afinador, muitos luthiers ajustam pelo “sustain” e pela cor sonora da batida.
4. A afinação final muda após colagem e acabamento → sempre prever que o envernizamento tende a subir um pouco a frequência (madeira mais rígida).
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Bog ______ Técnicas de Luteria.