Tampo do violão para evitar “áreas mortas”


 Como evitar áreas mortas no tampo

1. Espessura correta do tampo

  • Se o tampo estiver grosso demais → o som fica preso, duro, com pouca resposta.
  • Se o tampo estiver fino demais → pode perder sustentação, soar fraco e ainda comprometer a resistência do violão.
  • Boa prática:
    • Deixar o tampo entre 2,0 e 2,5 mm (dependendo da madeira).
    • Madeiras como abeto podem ser um pouco mais finas, enquanto o cedro costuma ser deixado um pouco mais espesso.

2. Uniformidade e gradação

  • O tampo não deve ter a mesma espessura em toda a superfície.
  • Normalmente é um pouco mais espesso no centro (região do cavalete) e mais fino nas bordas, para vibrar livremente.
  • Cuidados:
    • Se afinar demais nas laterais → risco de rachaduras.
    • Se deixar muito rígido no centro → mata os graves e a projeção.

3. Leque harmônico bem projetado

  • O leque é responsável por distribuir a vibração.
  • Se muito rígido: mata vibração → som fechado, pouco volume.
  • Se muito fraco: som sem definição, perde sustentação.
  • Ajustes típicos:
    • Para mais graves: aliviar leque central e permitir vibração ampla.
    • Para médios equilibrados: ajustar barras laterais para não deixar um lado mais rígido que o outro.
    • Para mais agudos e projeção: refinar barras transversais próximas ao cavalete, deixando tampo “responder mais rápido”.

4. Testes de vibração (Chladni)

  • Aplicar pó fino e excitar o tampo ajuda a ver onde a madeira não vibra (área morta).
  • Se aparecer uma parte sem movimento:
    • Raspilhar ou afinar levemente na região vizinha para equilibrar.

5. Madeira estabilizada

  • A umidade é fundamental: madeira instável gera partes “travadas” porque ainda está trabalhando.
  • O ideal é trabalhar com 10–12% de umidade.

Resumo prático para evitar áreas mortas

  1. Espessura adequada (2,0–2,5 mm, ajustando à madeira).
  2. Gradação: centro mais forte, bordas mais leves.
  3. Leque harmônico ajustado (nem rígido demais, nem frouxo).
  4. Teste de Chladni para identificar vibração real.
  5. Madeira seca e bem curada.

Em termos de som:

  • Graves = dependem da espessura geral do tampo e da liberdade de vibração.
  • Médios = dependem do equilíbrio lateral do leque.
  • Agudos e projeção = ligados ao refino das barras e rigidez próxima ao cavalete.

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Riverson Vale 

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