A escala do violão (a peça de madeira onde ficam os trastes, normalmente de ébano, jacarandá ou pau-ferro) e o seu comprimento influenciam diretamente a sonoridade, tocabilidade e até a durabilidade da afinação do instrumento.
Os dois aspectos principais: dimensões e material.
1. Comprimento da Escala (tamanho da escala)
O comprimento de escala é a distância entre a pestana e o rastilho. No violão clássico, costuma variar entre 640 mm e 660 mm, mas existem escalas curtas (630 mm) e longas (até 670 mm).
Comprimento de escala | Efeito na tensão das cordas | Efeito na sonoridade |
---|---|---|
Mais longa (ex.: 660 mm) | Maior tensão para a mesma afinação | Som mais projetado, ataque mais definido, graves firmes e agudos brilhantes |
Mais curta (ex.: 630 mm) | Menor tensão para a mesma afinação | Som mais aveludado, menos volume, mas mais conforto para digitar |
Explicação técnica:
- Escalas longas aumentam a tensão → a vibração é mais firme → favorece projeção e sustain.
- Escalas curtas reduzem a tensão → as cordas “cedem” mais → som mais doce, mas com menor alcance de volume.
2. Material da Escala
A madeira da escala influencia a transmissão de vibração e o ataque.
Madeira | Dureza / Densidade | Influência no som |
---|---|---|
Ébano | Muito duro e denso | Som mais claro e definido, ataque rápido, excelente para articulação precisa |
Jacarandá | Médio/duro, oleoso | Som mais quente e encorpado, ataque mais suave |
Pau-ferro | Duro, mas mais leve que o ébano | Som equilibrado, com bom sustain e clareza intermediária |
Observação: a escala não vibra tanto quanto o tampo, mas seu material afeta a rigidez e o modo como o braço transmite as vibrações para o corpo.
3. Largura e Espessura da Escala
- Mais larga (ex.: 52 mm no violão clássico) → mais espaço para digitação, mas exige mais força.
- Mais estreita (ex.: 48 mm) → mais conforto para mãos menores, porém pode comprometer técnica clássica.
- Espessura: influencia a estabilidade do braço. Uma escala mais espessa aumenta rigidez e estabilidade de afinação.
4. Conexão com a Sonoridade
A escala não é o principal elemento sonoro (o tampo e o leque harmônico são), mas:
- A rigidez que ela confere ao braço afeta a forma como as cordas vibram.
- Escala muito mole ou mal colada → perda de sustain e instabilidade na afinação.
- Material e acabamento influenciam ataque, clareza e articulação.
Comprimento da Escala Madeira da Escala Largura na Pestana Influência na Sonoridade Influência na Tocabilidade Uso mais Indicado
Influência da Escala do Violão na Sonoridade e Tocabilidade
Comprimento da Escala | Madeira da Escala | Largura na Pestana | Influência na Sonoridade | Influência na Tocabilidade | Uso mais Indicado |
---|---|---|---|---|---|
660 mm (longa) | Ébano | 52 mm (larga) | Som brilhante, ataque definido, graves firmes, grande projeção | Mais espaço para digitação, exige mais força | Violão clássico de concerto, música erudita |
660 mm (longa) | Jacarandá | 48 mm (estreita) | Som quente com bom volume, menos ataque que o ébano | Mais confortável para mãos menores | Violão acústico híbrido, fingerstyle moderno |
650 mm (média) | Pau-ferro | 50 mm (média) | Som equilibrado, bom sustain, clareza moderada | Boa combinação de conforto e precisão | Violão clássico versátil e popular |
640 mm (curta) | Ébano | 52 mm (larga) | Som doce e claro, menos volume, mas excelente articulação | Mais conforto com precisão de ataque | Estudo e gravações de estúdio |
630 mm (curta) | Jacarandá | 48 mm (estreita) | Som aveludado, calor nos médios, menor projeção | Muito confortável, especialmente para mãos pequenas | Repertório intimista, MPB, bossa nova |
Observações Técnicas Riverson Vale
- Comprimento maior = mais tensão nas cordas, som mais projetado e definido.
- Madeiras duras e densas (como ébano) favorecem ataque e clareza.
- Madeiras mais oleosas (como jacarandá) suavizam o som, trazendo calor e corpo.
- Largura da pestana afeta diretamente conforto e precisão técnica.
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